Vigiar e acompanhar a Concorência - De olho no vizinho


Todo empresário que se preze enfrenta, diariamente, uma série de problemas em seu negócio para os quais precisa encontrar uma solução com rapidez. No seu caso, provavelmente, não é diferente. E, na hora do aperto, em geral, o primeiro reflexo é quebrar a cabeça - a sua e as de seus funcionários - em busca de alguma idéia salvadora. Mas, muitas vezes, a melhor alternativa pode estar logo ali, no quintal do vizinho.

Por que não olhar, então, para os concorrentes e até para empresas de outros ramos de atividade, em vez de perder tempo e dinheiro tentando reinventar a roda? É bem provável que alguém, em algum lugar, já tenha encontrado uma saída para o seu problema - e copiá-la pode representar um atalho e tanto para o sucesso no mundo dos negócios. Ao contrário do que muita gente imagina por aí, copiar o que os outros fazem bem-feito não é pecado. Hoje em dia, um número cada vez maior de empresas, mesmo as de pequeno porte, procura espelhar-se na concorrência para crescer e prosperar.

É claro que não estamos falando de ações ilegais, como espionagem industrial e roubo de projetos secretos. Isso é feio, muito feio, e ainda por cima dá cadeia. Mas analisar minuciosamente os produtos e serviços de seus competidores, para passar na frente deles, é uma prática legítima. Se você ainda não a adotou em sua empresa, convém começar a fazê-lo o quanto antes. No jargão surrado dos consultores, tal atitude recebeu o nome de benchmarking (derivado do inglês benchmark, que quer dizer marco, ponto de referência). "Benchmarking significa aprender e adaptar boas práticas de negócios à sua empresa", disse Robert Camp, um dos maiores especialistas do mundo no assunto, em entrevista a Pequenas Empresas & Grandes Negócios.

Presidente do Best Practice Institute, entidade americana focada em pesquisa, educação e consultoria de boas práticas empresariais, Camp é autor de diversos livros sobre o tema, entre eles Benchmarking - O Caminho da Qualidade Total (Ed. Thomson Pioneira, 56 reais, 250 págs.), considerado uma referência na área. O chamado benchmarking se popularizou no final dos anos 70, depois de ser adotado pela Xerox, a gigante americana que se tornou sinônimo de copiadora, aqui e lá fora. Na época, os executivos da empresa, assustados com a marcha ascendente de rivais japoneses, decidiram se debruçar sobre os produtos de empresas como Nashua e Canon, para descobrir como elas conseguiam vender suas máquinas a preços bem mais baixos do que os seus. Os homens da Xerox desmontaram as máquinas dos concorrentes peça por peça e copiaram tudo o que poderia lhes conferir maior competitividade.

Resultado: em pouco tempo estavam disputando o mercado com as indústrias japonesas em igualdade de condições. Deu para entender agora do que estamos falando? É claro que a procura de idéias para aprimorar os produtos ou o funcionamento de um negócio não é privilégio de multinacionais como a Xerox. Nem é necessário ir ao Japão para atingir esse objetivo. Na verdade, a busca por boas práticas pode ser feita até dentro da sua própria empresa. Basta aferir o que uma área faz de bom e replicar isso para as demais.

Só que, para encontrar idéias novas e diferentes, o melhor é procurá-las fora de casa. Inicialmente, você pode buscar inspiração nas empresas do seu ramo de atividade. Seus concorrentes vendem o mesmo tipo de produto ou serviço e, provavelmente, funcionam de forma similar à sua empresa. Mas a procura por boas práticas não precisa - na verdade, nem deve - se restringir aos concorrentes. É recomendável buscá-las em qualquer empresa que tenha estabelecido uma boa reputação em determinada área do negócio.


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