Incansável

Mikhail Lopes

Aqui, mais uma vez, a Manco é um exemplo emblemático. Embora seja uma empresa americana, sua experiência pode ser útil para qualquer empresa, em qualquer lugar no mundo, inclusive no Brasil. A Manco busca, de forma incansável, assimilar as boas práticas das grandes corporações - muitas das quais são suas parceiras de negócios e não se opõem à cópia de suas melhores práticas.

Da gigante do varejo Wal-Mart, por exemplo, imitou boas práticas de liderança. Afinal, a empresa é famosa por sua eficiente gestão de recursos humanos desde os tempos em que era comandada pelo fundador Sam Walton (morto em 1992), que costumava dizer que "99% de nossas idéias partem do nosso pessoal". A Manco também tomou emprestadas novas abordagens em inovação e desenvolvimento de produtos da Rubbermaid, que tem um histórico de criar novos utensílios para casa e escritório que, em 90% dos casos, se tornam sucessos de mercado - o que começou com a primeira pá de lixo de borracha, em 1933.

O benchmarking tem, no entanto, suas limitações. De acordo com os especialistas, além de respeitar os limites da lei, é necessário estabelecer um código de ética para que o intercâmbio de informações entre as empresas funcione de forma adequada. "As empresas nunca devem solicitar, por exemplo, informações que elas próprias não dariam e nem fazer benchmarking de informações sigilosas de um concorrente", escreveu o americano Michael Spendolini no livro Benchmarking (Editora Makron, 230 páginas, esgotado). E, uma vez elaborado, o código de ética deve ser disseminado não só entre as lideranças das empresas envolvidas, mas também entre seus funcionários. São eles, muitas vezes, que vão pôr a mão na massa.

Feito com critério, o benchmarking é uma das ferramentas mais poderosas à disposição das empresas de todos os portes. É essencial para sobreviver e prosperar num mundo cada vez mais competitivo. Fica difícil imaginar, atualmente, que alguém possa alcançar o sucesso na arena empresarial sem buscar sempre a dianteira do mercado - algo que os japoneses, considerados mestres na arte da cópia criativa, chamam de dantotsu, que significa esforçar-se sempre para ser o melhor entre os melhores.

Com o objetivo de ajudá-lo a chegar lá, reunimos nas páginas seguintes uma série de dicas para você identificar e implantar boas práticas nas áreas mais importantes do seu negócio, como marketing, finanças e recursos humanos. Tudo recheado com casos de empresas pequenas e grandes, do Brasil e do exterior, que se destacam na realização da cópia criativa.

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