Exemplos de Sucesso - Como formar uma Rede de Pessoas


Foi o que fez, por exemplo, a Convivial, uma escola de inglês para idosos que começou a funcionar em maio passado em São Paulo.

A empresa criou um modelo baseado no que faz a Amway, a gigante americana do mercado de vendas diretas. "Estamos formando uma rede de pessoas que se encarrega de arrebanhar novos alunos entre seus conhecidos", diz Leonardo Azevedo, fundador da Convivial. "Quem participa da rede pode ganhar prêmios, como bolsas de estudo, ingressos para cinema ou até jantares em bons restaurantes."

Os gigantes imitam...

Algumas grandes empresas que se destacam na busca de boas práticas Ao perder o monopólio da telefonia de longa distância nos Estados Unidos, teve que cuidar melhor dos clientes. Para isso, pesquisou as práticas de uma empresa de entregas, de um hotel e de uma companhia aérea Caso célebre de imitação de empresas estrangeiras, a Gol foi criada nos moldes da americana JetBlue e da inglesa EasyJet, que trabalham com baixo custo de operação e tarifas mais baratas Em 1991, o benchmarking na fabricante de produtos de higiene era incipiente.

Então a empresa decidiu mudar a situação. Dois anos depois, havia 60 times de funcionários à caça de boas práticas A fabricante de copiadoras iniciou a onda do benchmarking nos anos 70, ao desmontar as máquinas dos rivais japoneses para ver por que eram baratas Fontes: Gol Linhas Aéreas e o livro Benchmarking for Best Practices Na hora de fazer benchmarking, o pequeno empreendedor não precisa ficar com complexo de inferioridade.

Deve comparar sua empresa com as grandes corporações, que são as melhores em diferentes aspectos do negócio. Não podem colocar na cabeça que nunca conseguirão copiar as práticas das gigantes do mercado, simplesmente porque não têm cofres tão recheados, nem um exército de funcionários instalados em prédios luxuosos.

A regra é: se você não pode fazer igual, faça melhor. Ou, como dizia o velho tigrão da Esso nas peças publicitárias veiculadas pela empresa no país nos anos 60: quem não é o maior tem que ser o melhor. "Se você for dono de uma quitanda, não conseguirá cobrar os preços de um grande supermercado, porque comprará pouco e não terá tanto poder de barganha com os fornecedores", diz Francisco Guglielme, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas. "Mas poderá oferecer produtos de maior qualidade ou um atendimento especial inspirado em empresas que fazem isso com competência."

Um caso exemplar de benchmarking bem-feito vem da Manco, uma empresa de porte médio que fabrica fitas adesivas em Ohio, na região nordeste dos Estados Unidos. A Manco costuma procurar informações sobre boas práticas de negócios até em fontes de domínio público, como livros, reportagens e relatórios anuais corporativos.

Tais fontes não exigem, necessariamente, que se perca muito tempo e dinheiro com viagens e equipes de pesquisa. "É uma abordagem simples, sem os métodos complexos usados pelas grandes empresas, mas que funciona muito bem para a Manco", escreveram os consultores Christopher Bogan e Michael English no livro Benchmarking for Best Practices (Editora McGraw-Hill, 134 reais, 312 páginas), ainda não traduzido no país. "Como outras empresas de menor porte, ela se tornou um modelo de benchmarking enxuto."

...e os baixinhos também Algumas pequenas empresas que se destacam na busca de boas práticas A empresa, que produz maçãs na região Sul do Brasil, fez um acordo de troca de experiências com os concorrentes. Isso permitiu que ela aumentasse a produtividade dos pomares em 40% em dois anos A escola paulistana de inglês para idosos se inspirou na empresa americana de vendas diretas Amway para criar uma rede de pessoas que arrebanham novos alunos A provedora de serviços de convênio odontológico de São Paulo inspirou-se em empresas como a Interclínicas, de planos de saúde, ao montar um painel para monitorar seu desempenho A empresa de aluguel de geradores de Diadema, em São Paulo, se baseou em concorrentes americanas, como a G.E. Energy Rentals, para desenhar sua política de treinamento dos funcionários Você também deve tomar muito cuidado para não copiar simplesmente uma prática de uma empresa sem procurar adaptá-la ao seu negócio.

Especialmente se procurou inspiração fora do seu ramo de atividade, em empresas muito diferentes da sua. Os especialistas não se cansam de repetir que é preciso saber copiar com criatividade. "A empresa deve se impor o desafio de detectar uma nova prática e implementá-la de forma inovadora e criativa, sempre procurando aprimorá-la", diz Camp, do Best Practice Institute. "É o aprimoramento permanente da prática que gera vantagem competitiva." A cópia criativa é uma ferramenta que pode ser empregada para gerar idéias brilhantes para a gestação de um novo negócio ou para melhorar o funcionamento de uma empresa já madura. Mas você também não deve usá-la uma única vez e depois esquecê-la na gaveta.

Prestar atenção no que fazem os concorrentes e empresas de outros ramos tem que ser algo constante, para se manter na dianteira do mercado. Como gostam de dizer os gurus da administração, você deve fazer com que sua empresa aprenda continuamente.

Aperfeiçoe-se o tempo todo.


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